Auteurs Sogoth

Tudo

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A música





O Refrão

Se fosse pra dizer o quanto eu gosto de você
Eu escreveria uma canção com o seu nome no refrão
Se fosse pra dizer o quanto eu amo você
Não bastariam flores.
Flores na cama e no chão

Mas eu vi na banca uma revista pra vender
E na prateleira um lírio amarelo
E naquela estante o teu cheiro
Que eu já conheço bem
Meu bem

Você sabe que eu não sou tão bom assim
Apesar de tudo você me gosta mesmo assim
E eu te vejo no alto, nas nuvens que se beijam
E no chão que você pisa, eu quero pisar também
Eu só quero te ver pra te dizer
Que...
Eu escrevi uma canção com o seu nome no refrão
E sem saber bem o por que
Eu vi o mundo num segundo
Sem você

Não faz sentido assim
Não vai ficar sem mim
Eu sei
É a lua que brilha

Não faz sentido assim
Não vai ficar sem mim
É a lua que brilha
Ao enxergar Lília
E sorri

domingo, 7 de setembro de 2008

Viajem em duas mentes



No passado
Ah! Falta de inspiração, a mente vazia, nada se cria e a vida segue sem poesia até a próxima angústia, até a próxima esquina, a sombra e a janela fechada d'onde olhos espiam.
Espiam os olhos, eles espiam o mundo, mas o mundo não parece tão claro e as idéias não parecem formadas, e na porta os ouvidos esperam pelos sons que querem ouvir, mas os olhos, tolos perdidos, não enxergam mais. Sem resposta, sem nada, e tudo divaga pelos ventos do mundo e tudo, apenas tudo, está calmo, pois ninguém tem coragem de atacar, os olhos observam os ouvidos fingem ouvir, mas nada se move, simplesmente inerte.

Revolução à dois
Isso me remete ao vazio, mas não estou mais vazia, as caras e bocas não são as mesmas, elas tem novas formas, novas representações. São agora o que preenchem o que antes era vazio e fazem transbordar o que se torna tão cheio.
E do cinza fez-se o verde, das bordas perdeu-se o limite para se chegar ao que não se pode ver, mas sabe-se que simplesmente está lá, e tudo se abre como o livro do tempo, a rosa dos ventos
E o mundo se renova, se mostra da forma mais bonita. As cores vibrantes estão presentes mais uma vez, o conteúdo está escorrendo pelas bordas e as coisas parecem possíveis. Não se vê, não se toca, mas as sensações estão presentes, elas causam efeitos, são reais.
E do renascer do mundo tudo perde a gravidade, o caminhar sobre a água, o voar acima das árvores, a pluma que se solta, e sobrevoa os campos, as flores e os montes. Ela enxerga o céu azul e se vê nas gotas que se formam nas nuvens. Agora ela mesma é uma nuvem e sorri para o sol, levada pelo vento, se desintegrando para renascer de novo, onde quer que se precise de chuva, para trazer o verde para o cinza.
O sol tão de perto, a claridade e a luz interior fazem dela o retrato da leveza. Agora é chuva, é vida. É a própria vida, é a vida para o que era cinza. É a renovação, a transformação para o verde, a transformação para a água, a representação do que é novo. E de novo ela corre, e você sente por entre os dedos, ela escapa, mas deixa sua marca. As mãos, agora, sempre abertas, estendidas para perceber a dama dos ventos, das nuvens. Nada seria mais o mesmo, além do mais, não se poderia esperar o mesmo todo dia, mas a esperança do retorno, da vida de novo, existiria, o espírito que começava a queimar, pois não haviam vivido a vida, apenas observado-a passar, desfilando na avenida, sem nunca tocar, nunca beber, nem chorar ou alegrar-se. Tudo mudou. De pé! E fora do chão, no alto, o coração, na ponta dos sapatos a emoção de ver além daquelas velhas criações.

domingo, 24 de agosto de 2008

Folha em branco


Acredito num propósito, numa energia que não deveriamos ignorar e que com nosso amadurecimento, vamos aprendendo a compreender. Se a seguimos, ficamos mais próximos de chegar ao propósito, se nós a ignoramos ficamos mais perto do marasmo e da incostancia. Devemos desbravar a nós mesmos, ir longe pelos caminhos da alma, viver o nosso céu e nosso inferno e voltar vivos de ambos, levando comfé e rigor os aprendizados e chances que estão dispostas nestes caminhos. As experiências, o palpavel pode até ser parecido em diferentes épocas, mas a forma como vemos aquilo que pula a nossa frente, não pode ser sempre a mesma. É como ouvir uma música. Podemos no ínicio não gostar dela, num outro momento começamos a assimilar pequenos sentimentos, pensamentos e conceitos contidos nela, e até ver sentido naquelas notas, naquelas palavras que antes não pareciam estar lá trilhamos um longo caminho, mas simplesmente vivemos algo que disperta aquela frequencia, nos faz ver além daqueles velhos padrões, e logo você ouve o violão, a bateria, o baixo, o piano, os instrumentos de sopro separadamente e cada um tem a sua personalidade que dão a música inteira uma personalidade própria. Acredito eu que somos todos como música, e a cada dia podemos ser notas diferentes, em harmonia, agressivas, relaxantes ou em total desordem. Podemos ser, como diz o mestre Dio "Words without a rhyme" (palavras sem rima).
Se nosso destino se escreve hoje, então cantemos com alegria e confiança, para não termos reservado momentos de terror e angústia, mas acho que não posso acreditar muito nisso, já que algumas coisas são postas a nossa frente exatamente para que possamos sofrer, nos reconstruir e descobrir como não se sofre por tal coisa, ou por tal alguém. Equando você olhar pra trás verá uma vida de fato, e não uma sobrevida, apenas um projeto sem corer, sem respirção, ou simplesmente em branco que possui, dentro de suas limitações, um potencial. O que habitará este papel, podem ser versos, desenhos, esboços sem sentido aparente, mas abrace essa folha em branco com todas as suas forças pois nela será gravado o seu dia de hoje, e você poderá sempre olhar para o que está lá, e se ver no passado, visando sempre ter mais folhas para nelas traduzir aquilo que você é ou deseja ser, mas nunca o que poderia ter sido.

domingo, 10 de agosto de 2008

A mensagem


O novo nem sempre é a paisagem mais bonita, nem a mais desoladora. Devemos viver o lugar, as pessoas, ter em mente que o desconhecido muda de aparência de acordo com nosso sorriso ou nossas lágrimas.
Posso ser um estranho, tentando habitar um vale que não é meu, tentando ser algo importante para você. Não pelo fato de tentar me aventurar no desconhecido, mas sim de ter sentido nesse desconhecido algo especial, diferente dos outros desconhecidos, parecido com o que já senti antes. Simplesmente a chance de uma amizade, de boas conversas e bons momentos, mesmo que eu não seja o melhor dos seres humanos.
Fico feliz em ver que estou enxergando mais uma história diferente da minha, mais uma vida que esta se transformando pelos anos, e que, quem sabe, posso um dia fazer minha história, deixar minha marca nessa vida tão importante. Se você nasceu foi por um motivo. Se estou passando pela tua vida, mesmo que seja só por um instante, é por que existe um motivo, uma força, uma energia. Podemos nunca mais nos ver deste dia em diante, mas te amarei como por uma vida toda, pelo ser humano que és, dotado de potencial infinito e infinitamente bom. Podemos nunca mais nos ver, mas terá valido a pena ter passado pela tua vida e deixado uma marca, mesmo que pequena, e, depois, pelo meu caminho, sentir a tua marca em mim, como sinal de que nunca estarei sozinho.
Estamos crescendo, andando, correndo, parando, morrendo, ressuscitando. E as nossas cinzas não ficam no chão. Sei que soa bobo tudo que falei até agora, e provavelmente, você já deve ter dedicado muitas horas, até dias da sua existência a esses pensamentos pequenos, mas não podemos nos sentir sozinhos, nem mesmo em nossos pensamentos. Sei que você odeia quando peço desculpas, mas tenho medo sempre de destruir algo que nem terminou de nascer ainda. Você pode até parecer, mas não é fraca, vulnerável. Você é uma leoa, como as estrelas da sua constelação dizem, mas a vontade é de te proteger para que uma folha não caia no seu dedinho do pé. Essa deve ser a minha verdadeira fraqueza, talvez o excesso de preocupação. Mas não hei de me exceder, não mais, pois a história está sendo contada antes mesmo de ser terminada, e no futuro podemos até olhar pra trás e nem nos lembrar de nada disso, mas seremos maiores e melhores.
Apenas saiba que é ótimo te ter em minha vida, preenchendo lacunas que não sabia que existiam e criando novos espaços só para ti. Este presente pode não ser muito, mas é o máximo que meu coração consegue dizer nesse momento. Palavras podem ter faltado, mas espero ter tempo nesta vida e na tua vida para falar muito mais, e te ouvir muito mais, sempre que você quiser.

Feliz aniversário Lília! Atrasado, sim, eu sei, mas o momento foi oportuno.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008



Conheça o que está fora da tua órbita, mas não esqueça do lugar que você veio, a sua casa, suas raizes. Você pode até odiar o seu passado, mas ele existe para ser lembrado e te fazer debruçar-se sobre ele, pra pensar com os olhos de cada presente sobre os significados daqueles tais momentos que você resgata. Dê valor à tua vida, ao que você tem. Se pensas que não possui conquista alguma, lembre-se que você está vivo, você já conquistou o principal, o potencial infinito que todo ser humano tem para realizar o que quer que queira. A desculpa do alejado é a muleta, as barreiras tem o tamanho que você deseja que elas tenham e você tem o tamanho que deseja ter. Enxergue a barreira como intransponível e assim ela será. Sua maturidade influirá também. Corte o papo de "eu já vivi muito nesses poucos anos que estou vivo". Devemos generalizar as vezes e considerar que um adolescente de 16 anos não tem o potencial de consciência de um homem de 28. É dificil pensar sobre si mesmo quando se tem 16 anos, isso por N motivos. Se você tem 16 anos, você irá talvez discordar de mim, se você tem 23, irá, com absoluta certeza, concordar.
Voltando ao início, dando um tom muito menos impessoal, e muito mais "diário do pensamento": voltei de viagem agora a pouco, visitei duas cidades mineiras bem diferentes uma da outra e, mesmo em pouco tempo, conheci um pouco mais de lugares diferentes do qual eu vivo. Os elogios superam as críticas, mas já no primeiro dia senti saudades de casa, mostrando para mim mesmo o quanto amo esta cidade. Dou valor a ela, 98% da minha vida foi passada aqui, fui talhado, moldado por estas bandas. De qualquer forma, quero conhecer mais este país, já sabendo que a saudade de casa cortará o coração.
Apenas um ponto final. Na volta para casa, já perto de Luziânia, vi um acidente que me chocou bastante, não vou descreve-lo é claro, mas me fez pensar ainda mais sobre a vida e nosso dever de preserva-la, seja a nossa própria ou a de nossos semelhantes. Um segundo muda tudo, vida e morte. Sorte e azar ou simplesmente estado de espírito e destino.
Viva conforme a sua frequência, viver de verdade não é apenas pular de para-quedas e navegar os sete mares, também é se conhecer melhor, conhecer o mundo dos livros e se jogar dos montes que construiu e que te fazem mal.A estrada continua para sempre, quer você queira ou não.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Trabalhador




Trabalhador

Quem sabe o que é sossego
Depois de um dia de trabalho
Numa mina abandonada
Ou numa rua sem asfalto

E eu não disse adeus
Nem pra você nem pra ninguém
Mas tudo bem
Eu volto logo pra ti ver
Só pra ver se ainda é você

E quem disse que é fácil
Deixar tudo pra trás
Só pra dizer "eu consegui"
E “nunca mais”
Vou andando assim
Olhando tudo
E todo mundo
da cabeça aos pés
Tentando abraçar quem passa com o olhar
e quem me olha?

Nem vem, tô de saída
Já troquei de roupa
Já paguei as contas
E tranquei a porta

E se eu não me perder nas nuvens
Eu volto pro jantar

A vida em atos

Ato I
Parte1/2

Sonho

Entra pela janela do quarto um leve feixe de luz que anuncia a chegada do sol. É manhã, mas ela dorme. Esconde-se daquele feixe que pincela seus cabelos ao som de um Blues emocionado. É o medo de acordar que a faz dormir e sonhar.
Eu construí uma casa só minha, mas os anos passaram e os sonhos escureceram os olhos. Era saudade. Eu tinha uma vida e uma garrafa, disse o velho, mas nunca soube o que fazer com ambas. Era minha vida que deveria ter sido lançada ao mar, e não a garrafa. A garrafa nunca voltou, mas minha vida no mesmo lugar ficou, para sempre. Eu teria sido um navegante, um argonauta em busca do Vale de Ouro, seria destemido e heróico, o exército de um homem só. Seria a fé encarnada em versos pomposos e vermelhos, mas cedi meu futuro a uma garrafa que não há mais de voltar, dizia ele em lamúria. Levei uma vida espúria, em preto e branco, sem versos nem flores, porém hoje volto a contemplar o mar. O velho jogou-se nas águas transformando-se numa pequena garrafa que para longe se foi.

Ela acordou ao ver no sonho a garrafa navegar. Com um sopro de vida e sem mais medo de errar. Não era tarde, ainda havia tempo de ver o mar e amar aquele cheiro que os sonhos seus tanto denunciavam serem reais, mas era sonho, o que ele poderia saber demais? Eram letras soltas, mas ali, na areia, era tempo de falar, de escrever suas próprias palavras, de fazer o que tivesse de ser feito para nunca deixar sua vida passar. Para ficar! E não mais dormir de dia, enquanto houvesse luz e houvesse alegria e tantos portos para se aportar. Foi contra tudo e contra todos, contra os muros e os tolos, os insanos, os tronos, reis e rainhas que lhe atormentavam a alma e afrontavam sua gana pela procura de algo que gritasse como uma paixão de vidas passadas, na certeza de um amanhã azul, tão repleto de feixes de luz e vento-prado, e dúvidas somadas a respostas sem mira.

A coragem saltou-lhe o peito, tomando a forma de uma Nau que a levaria na direção dos ventos, tempestades, emboscadas de paixões e realidades, mas nunca à verdade que ela tanto almejava alcançar, pois se deu conta que era nos sonhos que via o errado, o certo e o durante, o instante que tanto precisava segurar. Mas aqueles momentos nunca voltaram.